segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Graduanda com deficiência se forma ao lado do cão

na foto, a menina, que usa cadeira de rodas, está sorrindo. seu cabelo é marrom, e ela usa uma beca e um chapéu azuis. na sua frente, um cachorro marrom também usa beca e chapéu azuis. a paisagem é a de um campo, há grama, algumas árvores ao fundo, e uma estrutura de concreto ao fundo e à direita.
Bridget Evans, formanda, e seu cachorro, Hero.


Inclusive
01/11/2013

Bridget Evans levou o cão vestido à caráter para formatura e explicou: “sem a ajuda dele, eu não chegaria aqui”.

da Redação
A formatura do curso de Ciências da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, teve um convidado especial. Bridget Evans, uma das formandas, decidiu usar a ocasião para homenagear Hero, o cachorro que a acompanhou durante os estudos.
A americana vestiu o cão com roupas exatamente iguais as do grupo que estava terminando o curso. De beca e capelo azuis, o animal foi o grande destaque da festa. A iniciativa emocionou formandos, professores, familiares e amigos. Muitos compartilharam fotos da dupla nas redes sociais.
A dona de Hero também usou seu perfil no site Imgur para postar uma foto especial da ocasião e explicou: “Durante todo o período em que frequentei a Universidade, Hero esteve comigo. Ele me ajudava abrindo e fechando portas e até pegando minha caneta, quando caía no chão. Sem ele, eu não chegaria aqui“.
Ao contrário do que muitos acham, cães de serviço ajudam pessoas com vários tipos de limitações, não apenas como cães-guia para pessoas com deficiência visual. Hero foi treinado na Illini Service Dog, uma organização fundada por Bridget Evans, em 2010.
No website ela conta:
Tudo começou com uma garota, um cão, e um sonho!
A Cachorros de Serviço Illini é uma organização estudantil registrada na Universidade de Illinois em Urbana-Champaign.
Somos o primeiro programa que permite que os estudantes universitários treinem cães de serviço, de bebê até a colocação com seu usuário.
Os alunos da universidade têm a oportunidade de adotar e treinar um cão de serviço para uma pessoa com deficiência. Os alunos levam os cães para as aulas, eventos esportivos, e em ônibus. Os cães aprendem a ligar as luzes, abrir portas, pegar objetos, e muito mais! Quando os cães se formam no programa, sabem responder a mais de 40 comandos!
Depois de concluído o treinamento, o cão é disponibilizado a uma pessoa com deficiência gratuitamente.
Os alunos têm uma experiência enriquecedora ao treinar um cão para o futuro usuário, e ainda aprendem a respeito da cultura e dos direitos das pessoas com deficiência.

Comportamento de uma criança autista estampa obra de escritora americana

Zero Hora
04/11/2013

Recém-lançado no Brasil, o livro "Passarinha" traz a história de Caitlin, 10 anos, autista e com Síndrome de Asperger

Lara Ely

Kathryn Erskine é uma escritora americana da literatura infantil que já ganhou vários prêmios com seus romances. Sua nova obra, Passarinha, que acaba de ser lançada no Brasil durante a Bienal do Livro, no Rio de Janeiro, traz a história de Caitlin, 10 anos, autista e portadora da Síndrome de Asperger. A personagem perde o irmão em uma tragédia.
Com a morte do familiar, se vai a ponte com o mundo, já que ele era seu tradutor da realidade. Ela precisa se virar sozinha, porque o pai fica devastado. Apesar de ter escrito uma ficção, a autora — que tem uma filha autista de 16 anos — baseou-se em extensa pesquisa científica sobre o tema.
Na entrevista a seguir, saiba um pouco mais sobre o que passa na cabeça de uma criança com autismo, e entenda melhor seu comportamento.

Vida — O seu livro chamou a atenção da crítica por tratar de um tema pouco comum na literatura de forma sensível e ilustrada. Qual foi a sua intenção com essa publicação?
Kathryn Erskine — Minha esperança é que os leitores possam entender melhor o espectro do autismo. Estando dentro da cabeça dela, eles podem ter uma ideia de como é ter autismo de alto funcionamento. Eu acredito que quando entendemos algo, então nós somos muito mais tolerantes e se sentir mais à vontade, porque a situação não é mais tão estranho.

Vida — Nas primeiras páginas do livro, percebe-se que você trata do autismo no contexto familiar. Como a família pode ajudar um filho ou irmão que tenha autismo?
Kathryn — A família é o primeiro sistema de suporte da criança. A família conhece ele ou ela melhor que ninguém. Toda a família pode ajudar, os pais e irmãos, bem como tias, tios, avós, etc. A família é um lugar seguro para a criança estar, especialmente após o dia na escola, que é bastante desgastante. Pense em ter que conduzir uma situação durante todo o dia que você não entende. Isso é o que se sente uma criança com autismo. Compreensão e ajuda são importantes, mas também as regras e ordem são importantes. Isso ajuda a tornar uma criança com autismo se sentir segura e ser capaz de prever o que vai acontecer, o que é de particular interesse para essas crianças. Há tanta coisa em seu mundo que fica fora de controle que os limites e previsibilidade são muito importantes.

Vida — O que todos deveriam saber sobre como lidar com esta doença?
Kathryn — Realmente, aprender tanto quanto puder e ter paciência. Também ser direto ajuda muito. Se a criança faz algo e você quer que ela pare, então você fala "eu gostaria que você não fizesse isso" ou "eu preferia que você fizesse aquilo" não tem muito significado. Você pode pedir a eles que parem, e talvez explicar por que é importante parar e claramente o que deveriam fazer.

Vida — Em que você se inspirou para escrever esse livro?
Kathryn — Desde que minha filha está no espectro do autismo, embora o dela é muito leve, eu entendo como isso pode ser frustrante - tanto para a pessoa com autismo e aqueles que lidam com essa pessoa. Eu queria compartilhar isso com os outros na esperança de que eles possam entender e ter um tempo mais fácil se comunicar. Então, muitas pessoas já me disseram que eles agora entendem o seu primo ou aluno ou amigo muito melhor agora. Isso é muito gratificante.

Vida — Quais os desafios para um autista na educação? Ser professor de uma pessoa com essa doença requer esforços adicionais dos professores?
Kathryn — Sim, exige um esforço adicional porque você tem que entender a criança e antecipar as suas reações. Interrupções na rotina muitas vezes são difíceis para as crianças com autismo, assim como barulhos e luzes, e multidões ou empurra-empurra, assim, por exemplo, se a sua escola está tendo uma evacuação de fogo, é uma boa ideia para deixar a criança saber antes do tempo ou levar a criança fora da escola antes dos outros evacuar. Quanto mais o professor sabe sobre como a criança lida com o estresse e como acalmá-lo, ou evitar a reação, melhor. Como com qualquer criança, pode ser um trabalho duro, mas as recompensas são grandes.